Uma vez que chegamos a conclusão de que está na alimentação a principal causa da obesidade, é razoável presumir que nela também esteja a solução para o problema. É óbvio que não estamos pensando em passar fome para emagrecer, mas basicamente descobrir o que estamos fazendo de errado com nossa alimentação.
Se observarmos a forma como nos alimentamos com relação aos grupos nutricionais, veremos que cada vez mais estamos nos alimentando de carboidratos e cada vez menos de proteínas e gorduras, provavelmente pela própria influência da mídia e da vida nas sociedades modernas.
Vejamos:
- Nosso café da manhã é formado basicamente por leite e pães ou flocos de cereais.
- Nosso almoço geralmente traz a combinação arroz com feijão (às vezes com farinha) ou massas em geral.
- Freqüentemente nos pegamos recorrendo aos “fast-food”, comendo sanduíches formados 70% por pães ou mesmo salgadinhos, esfihas, coxinhas, risoles, etc.
- Ao menos uma vez por semana, jantamos pizza.
- Muito de nossa ingestão protéica vem sendo substituída por grãos, especialmente os da soja.
- Cada vez mais, doces, bolos, etc., nem que seja com a desculpa da sobremesa, se fazem mais presentes em nossa vida.
- Nas reuniões sociais, os pães e as massas são quase ítens obrigatórios, tanto é que os tais sanduíches de metro são a grande novidade e fazem sucesso com todas as platéias
Mas afinal de contas, o que são carboidratos?
O nome carboidrato vem basicamente de sua composição química: carbono, hidrogênio e oxigênio. Em alguns casos pode aparecer combinado com outros gases, como enxofre ou hélio. Poderia ser chamado de Hidrato de Carbono, sem incorrer em erro algum. Esta composição não difere muito do gás carbônico exalado por nossos veículos na atmosfera e basicamente corresponde a carbono com água.
Conforme as variações quantitativas dos elementos na fórmula, os carboidratos podem aparecer na natureza na forma de açúcares, amido ou glicídios. Nós os usamos para fazer pães, doces, bolos, massas em geral, etc.
Sua principal finalidade é servir como fonte de energia para nosso organismo, sendo convertidos em glicose por nosso processo digestivo. Quando gastamos menos energia do que ingerimos, o excesso de glicose é convertido em gordura corporal e armazenado sob a pele. É justamente este processo que causa a obesidade.
Por outro lado, se gastamos mais energia do que ingerimos ou ingerimos menos energia do que gastamos, nosso corpo começa a “gastar” nosso estoque de energia, convertendo a gordura armazenada sob a pele em glicose novamente. É assim que conseguimos emagrecer. É claro que este resultado pode ser obtido através da prática de exercícios físicos ou passando fome, mas já vimos porque não podemos adotar nenhum destes caminhos.
Podemos afirmar, com segurança que:
- Se ingerimos energia em excesso, engordamos.
- Se gastamos mais energia do que ingerimos, emagrecemos.
- Se ingerimos menos energia do que gastamos, emagrecemos.
Logo, se cortarmos os carboidratos, emagreceremos?
A resposta simples é sim.
Entretanto, os carboidratos não servem apenas para geração de energia. Eles também desempenham papel importante na reconstrução celular, necessária ao bom funcionamento do organismo, além de outras funções menores, mas também essenciais.
Assim sendo, eles não podem ser cortados totalmente, mas sim podemos reduzir sua ingestão a cerca de 60 gramas diárias apenas, mantendo nosso organismo funcionando perfeitamente e ao mesmo tempo queimando nosso estoque de gorduras de maneira saudável.
Mas, se eu reduzir drasticamente a ingestão de carboidratos, não passarei fome?
Obviamente, teremos que substituir os carboidratos por outros alimentos, os quais possam suprir as necessidades nutricionais de nosso organismo, sem atrapalhar o processo de queima de gordura citado acima.
Felizmente, os outros dois grupos nutricionais servirão muito bem a este propósito. As proteínas e as gorduras podem suprir praticamente toda a nossa necessidade nutricional, inclusive energética e ao mesmo tempo contribuir para o processo de emagrecimento saudável que almejamos.
Na verdade, as proteínas e gorduras de origem animal são ainda melhores, pois além de suprir nossas necessidades nutricionais e satisfazer nossa fome e apetite, aumentam a eficiência de nosso sistema imunológico e ainda favorecem a melhor absorção de outros nutrientes, incluindo as vitaminas A e D.
Você deve estar se perguntando agora: “Quer dizer que para emagrecer eu vou ter que comer gordura?”
Pois a resposta é SIM.
Mais detalhes na próxima parte deste artigo.