Compartilho a seguir uma experiência pessoal bastante dolorosa (literalmente) a fim de talvez servir como alerta para que outros possam evitar situações similares.
Tudo começou com um simples entorse de tornozelo, destes que podem acontecer com qualquer pessoa, seja “batendo uma bola” com os amigos, seja apenas correndo ou caminhando. Normalmente conhecida como “torcer o pé”, esta lesão geralmente não é levada a sério e muitas vezes nem recebe o devido cuidado imediato. No meu caso, eu estava jogando futebol com amigos e não apenas deixei de cuidar adequadamente da lesão, como forcei a barra e continuei jogando normalmente, suportando a dor em silêncio talvez apenas para não abrir mão da brincadeira. Minha condição de sobrepeso certamente facilitou a ocorrência da lesão. Outros entorses se seguiram, pois toda a estrutura do pé fica fragilizada a cada ocorrência deste tipo, e agora qualquer corridinha ou mesmo caminhada passou a ser “operação de risco” para mim, especialmente se eu estivesse carregando peso, o que infelizmente faço com freqüência. Como resultado, cheguei a ter vários entorses em ambos os tornozelos e somente após muito tempo procurei ajuda. Alguns medicamentos e sessões de fisioterapia depois e eu já “me considerava” curado. Ledo engano. Em 4 de Abril de 2011, estava prestes a entrar no ônibus fretado que me leva diariamente ao trabalho, quando sofri novo entorse após ter pisado em um buraco no asfalto. Perdi o equilíbrio em parte por causa da pesada mochila que eu levava nas costas e por muito pouco não desabei no chão. A dor foi intensa, mas não muito diferente dos entorses anteriores o que me levou a crer que se tratava de mais uma lesão “comum”. Com alguma dificuldade, embarquei no ônibus com a certeza de que a dor passaria após uns 15 ou 20 minutos. Infelizmente eu estava errado. A dor não passou e eu tive que encarar os 90 minutos de viagem com meu pé latejando e sentindo uma dor insuportável. Assim que o ônibus entrou em São Paulo, procurei descer e pegar um táxi que pudesse me levar a um pronto-socorro com atendimento de ortopedia nas proximidades. Foi aí que percebi a gravidade da minha situação. Eu simplesmente não conseguia pisar com o pé esquerdo e mesmo os 20 metros que andei do ônibus até o local onde eu poderia pegar o táxi foram de muita dor e sofrimento. No pronto-socorro (CPA UNIMED Água Fria) não precisei esperar muito e fui extremamente bem atendido. Após a medicação adequada e a imobilização do tornozelo afetado (tala), pude finalmente sair dali e voltar para casa, já que eu não tinha a menor condição física de ir trabalhar naquele dia. Desde então começou minha busca pelo diagnóstico adequado e a correspondente solução do problema. Após alguns exames iniciais, meu ortopedista suspeitou de ruptura ligamentar, o que foi confirmado por um exame de ressonância magnética realizado no Hospital São Camilo, em São Paulo. Foram feitos os exames pré-operatórios e minha cirurgia foi realizada no último dia 10 de Junho de 2011 por volta das 14:00 h, tendo eu recebido alta no dia 11 de Junho ainda pela manhã. Pelas próximas 6 semanas (no mínimo) eu terei que usar muletas para me locomover e dependerei muito da ajuda de terceiros para conseguir realizar tarefas básicas como tomar banho ou mesmo escovar os dentes (detalhes no próximo post). Por ora, gostaria de deixar o recado para que quem tiver problemas com entorses, como eu tive, que procure tratar corretamente do problema, o que significa aplicar uma bolsa de gelo IMEDIATAMENTE sobre a área afetada, mantendo a imobilização do pé até que um especialista em ortopedia possa avaliar. Além disto, siga à risca quaisquer recomendações médicas, principalmente sessões de fisioterapia, evitando que, como eu você também precise um dia passar por cirurgia em virtude de um problema relativamente simples.